2011-01-03

16/XVI – SONHOS DE UM SEDUTOR

*
 
CHANINA
 

Amores, óleo sobre tela.
 




 
Suzana com um sorriso maldoso:
- Meu amigo, com esse olhar penetrante não fica difícil reconhecer em você um fervoroso discípulo de Don Juan.
- Acha?
- Parente dele?
- Distante, suponho.
Suzana ri. E explica:
- Vez ou outra cai em minhas mãos histórias da lenda popular desse cínico libertino do século passado, viciado em sexo. Passo os olhos e descarto. Nada me atrai nesse personagem. Representa a perversão das perversões.
- Nada?
- Ai, que pobreza! Prosa mais tacanha, banal. Não cola.
- Acha?
- Piegas e infestada de clichês para descrever o comportamento de uma pessoa que sente um desejo sexual incomum. Ou melhor, obsessão intensa com o sexo. Ridículo.
Risos. Mathieu:
- Menos, querida. No meu modo de ver, o erotismo é a fantasia da fantasia. Trata-se de um gênero literário que mexe muito com o corpo, gera comiserações e sentimentos agudos. Dá frissons e, sobretudo, um bom entretenimento.
- Será que isso faz falta em nossa vida sexual, Math? Tenho minhas dúvidas. Mas, concordo que sutileza é a última coisa que eu alguém procuraria numa obra pornográfica.
  - Evidente que não faz.
- Para mim são autores de quinta, indigestos. Flores do mal. Tão sujos em seus pensamentos quanto suas unhas. Mesmo assim, eles dão vida a um bom-mocinho mergulhado no lixo, porém revestido por um verniz cool.  Eis o grande mérito de suas obras, nada muito além.
O rapaz contesta:
- Não. Não. Não. São autores peritos em dizer que, na essência, o homem possui um cérebro atento a momentos de grande prazer e alegria e, subjetivamente, dispostos à reprodução a qualquer hora, em qualquer lugar.
- Hein?
- Isso mesmo. Um macho de fato vive correndo atrás de uma bela matriz, imaginando transferir seu estoque genético, mesmo que no sentido hipotético. É o instinto natural de preservação da espécie.
- Háháhá! Que paranoia é essa, Math?
- Sério. Para seduzir donzelas de seu interesse, os homens fazem de tudo. Artistas escrevem páginas gloriosas de poesias, compõem canções líricas, criam telas e produzem esculturas fabulosas, tudo para valorizar os atributos associados à mulher e celebrar a vida amorosa.
- Bobeira.
- A ciência, no sentido de explicar o fato, vem publicando estudos que comprovam isso. Os resultados mostram que o erotismo começa nos primeiros anos de vida, quando a criança, ao tocar certas partes do seu corpo, percebe a estimulação. Como é agradável, ela repete o procedimento.
Suzana faz um sinal negativo com a cabeça.
- Leviandade total, cosa mentale!
- Querida, meditando sobre Ilíada, a gente entende como os homens estão dispostos a qualquer coisa por causa da fêmea desejada. Não é à toa que a obra homérica, escrita há mais de 3 mil anos, continua sendo um dos livros mais apreciados da literatura mundial.
- Ah, Math, nada me seduz em Don Juan. Em todos os ensaios, seus autores mostram um personagem de vida vazia e imbecil, um mulherengo inveterado que busca apenas as conquistas pelo sexo. Quer saber, mantenho distância asséptica desses livros. Falo sério.
- Pode não lhe agradar, respeito. Mas, trata-se é uma figura romanesca que prega a ousadia absoluta no amor, através de um imponente e decidido personagem que ama todas as mulheres – um poço de testosterona.
- Arrebata corações?
- Don Juan foi imaginado para fazer de cada momento amoroso uma grande ocasião de prazer sexual, logicamente, sem as obrigações do compromisso conjugal. Por isso mesmo goza de grande popularidade entre leitores no mundo todo.
- Safadice elevada ao cubo, catártico - conclui a mulher com ar de escárnio.
- Ora, Suzana, entra século sai século o protagonista é presença constante na criação de inúmeros autores de primeira linha também, fascinando leitores de perfis bem diferentes. Posso citar Tirso de Molina, que mostra um personagem apolíneo e festeiro, que transborda lirismo em suas exultações sexuais. Na mesma linha, encontramos Hoffman, Molière, Puchkin e Byron que, em versões épicas, conquistaram admiradores desde o século XVII.
- É?
- Também Mozart se curvou ao implacável sedutor que, muito bem sabia dedilhar a harpa escondida nos corações femininos da época, criando o romântico musical Don Giovanni com as 2065 Mulheres. Regido pelo próprio compositor, a peça estreou em Praga em 1787 com sucesso absoluto. Em A Dama das Camélias, o bom-vivã está lá, inspirando Alexandre Dumas a mostrar sua força sedutora para conquistar todas as mulheres do mundo. Belíssima peça de teatro. Assistiu?
- Não.
- Ficou uma boa temporada no Teatro Marília.
- Não deu para ver.
- Pena.
- Lamento até hoje.
- Enfim, para esses escritores sexo é o prazer no sentido mais amplo do corpo. E, com um detalhe, todos são unânimes em alertar que a paixão não deve esticar por muito tempo numa mesma alcova, porque é uma patologia nociva ao coração. Sem falar que é fator de risco para o próprio órgão.
- Neurose obsessiva!
- Portanto, com sabedoria, escreveram romances para alimentar a imaginação de homens e mulheres, alucinados pelos encantos do carne.
A mulher põe a mão no rosto, observando:
- Só o que me faltava? Ai, nem Freud explica tamanho absurdo, explica?
- Explica sim. Depois de muitos estudos, o analista confirmou que, cientificamente, cada mulher expõe sexualidade única. Tem mais, cada uma que encontramos apaga todas as fidúcias sobre a anterior. Mais acerto do que erro.
Pausa. Suzana toma um trago de cerveja e conclui:
- Nunca recomendaria o tema aos meus alunos.
- De jeito nenhum?
 - Ô, cara, essa poligamia me assusta!
- Eu sei. Eu sei.
A mulher abana a cabeça, censurando:
- Santo Deus! Você fala de um jeito que me espanta.
Depois de uma pausa, o rapaz em tom professoral:
- Sexo. Sexo. Diversão com apenas quatro letrinhas pagãs, mas sentidos que não acabam mais. Faz mil coisas e tudo mais que a imaginação permitir. Já pensou nisso, querida?
- Não estou nem um pouco preocupada.
- Uma boa sessão de amor pode exterminar as tensões que endurecem os vasos sanguíneos, acabar até com a enxaqueca. Produz endorfina suficiente para deixar uma pessoa eufórica, de bem com a vida. Sem falar que não há tranquilizante mais seguro no mundo, muitas vezes, mais eficaz do que o próprio Valium. Portanto, cura baixo astral.
- Ã-Hã!
- Além de tudo, fabrica estrogênio em quantidade suficiente para deixar o cabelo brilhante e a pele macia, reduzindo as chances de sofrer dermatites, rachaduras e manchas na cútis.
- Claro. O que mais?
- Bem, defende a ciência do sexo tântrico que massagear o rosto com pequenas doses de espermas deixa a tez mais jovem, impedindo seu envelhecimento precoce.
- Háháhá!
- Também está comprovado que, além de queimar aquelas calorias acumuladas durante um jantar romântico, o suor de um bom momento sexual promove a limpeza dos poros, e deixa a pele mais cintilante.
Suzana, com um leve sorriso no canto dos lábios:
- Resumindo: sexo é o grande remédio para quase todos os males que atormentam o ser humano, uma dádiva. Não é assim que você pensa, mocinho?
- Ã-Hã! Podemos praticar sempre, nenhuma contraindicação.
- Você, hein?
Risos. Mathieu num modo muito seu:
- Melhor crer em Alexandre Dumas e outros escritores, que mostram mulheres cingidas pela sexualidade, pela concupiscência e com voracidade sem limites para enfeitiçar seus machos. Delas dependem uma boa sessão de felicidade amorosa na alcova.
- Tolo!
- No frigir dos ovos, comida e amor são parecidos. O incrível arrebata. O muito apetitoso seduz. Tudo de bom, ‘né?
- Ihhhhhhhh!... Não precisa dizer mais nada, chega.
- Só mais uma coisinha... O amor carnal desde os tempos mais antigos é tido como fonte inesgotável de prazer. Basta ler O Banquete, de Platão e A arte do amor, de Ovídio. Para eles, o entendimento de nós mesmos passa pela sexualidade. É biológico. É natural.
A mulher acende outro cigarro, dá uma tragada, prende e depois solta a fumaça, de forma lenta. Volta-se para o rapaz, curiosa:
- Então, agora, me diga: o que mais chama atenção de um homem numa mulher para ser alvo tão forte de atração?
- Quer mesmo saber?
- Posso?
- Bem... Bem, falo por mim. Dos atributos da beleza feminina, um dos que mais me encantam é o olhar, incendeia a minha imaginação. Os olhos, como dizem os filósofos, são os espelhos da alma.
- Nossa!
- A nuca também. Outra parte excitante e sutil da anatomia feminina.
- Nunca imaginei.
- Zona erógena de fundamental importância sexual também para os orientais.  As gueixas, por exemplo, deixam um triângulo, sem maquilagem, na pele do pescoço numa alusão aos órgãos sexuais. O efeito é devastador.
- Vem não, sô!
- O pescoço, sempre muito exposto, é como se estivesse pronto para ser atacado. Talvez por isso seja tão cobiçado pelos vampiros.
- Deus-me-livre!
Risos. Mathieu:
- O timbre de voz e o perfume da pele também me atraem.
- É?
- Por que essa cara?
- Desce fundo, hein?
- Sou movido a libido.
- Háháhá! Essa é boa.
- Tudo me excita numa fêmea. Tudo.
   Pausa. Suzana:
- Sei de mulheres com certa queda por esse tipo de homem de acentuada aparência viril, material genético farto e recarregável. Tipo cafajeste, macho alfa. Aquele que tira a roupa de uma fêmea só com uma olhada, já imaginando safadezas num ritmo de muita acrobacia. E adrenalina em dobro para realizar todos os seus desejos na cama. Detalhe: boa parte são mulheres da santa família, bem casadas.
- Danadinhas! - aplaude o rapaz.
- Para elas o pegador ‘cafa’ é totalmente diferente. Além de tratar bem as parceiras, sabe dizer tudo que uma fêmea no cio quer ouvir. Por isso ela se sente atraída pelo cara para uma relação eventual, que pode lhe proporcionar deliciosos momentos desprovidos de pudor. Quando mais cafajeste o cara é, mais gosta de apimentar a sexualidade, mais tira a parceira da rotina, do piloto automático.
- Putz!
- Na verdade, são aquelas que desejam se livrar de todas as peias e se entregar a um homem sem limites, induzidas pela overdose das quatro letrinhas da palavra. Sexo picante e selvagem, topam o que vier.
- Ponto para elas.
- Por isso mesmo ambicionam ser levadas para cama por um garanhão de boa pegada, ousado e intenso nas partituras corporais, deixando a testosterona e o estrogênio interpretar seus papeis convencionais na intimidade do casal. Vale tudo.
- Testosterona é poder, querida. Mesmo com o estigma de uma visão cor de rosa sobre as relações eróticas, imagino que não há mulher que não ceda a um ato sexual com alguma extravagância. Mudar é bom. E elas gostam.
Pausa. Suzana toma um pouco de cerveja e, depois de acender um cigarro, afirma:
- Hoje em dia, Math, elas estão mais atiradas numa relação de dominação, ou até mesmo de submissão fantasiosa, como se fossem um papel em branco que o parceiro monta como quer.
- Segundo o escritor Nelson Rodrigues, no fundo toda mulher gosta de ser submetida na cama, gosta de passar por uma quenga entre as quatro paredes. Geme de prazer quando os machos puxam seus cabelos, dão palmadas em suas faces ou no bumbum. Para ele, uma dose de truculência estimula o prazer da intimidade, é afrodisíaco.
Suzana ri. Depois de uma tragada no cigarro:
- Freud na veia?
- Num momento desses, a virilidade na ponta dos dedos é que dá o tom na satisfação do desejo sexual, cada vez mais aberto, sem limites. É o caminho da plenitude.
- Ave Maria!
- Sinal dos tempos, querida. Isso faz com que as mulheres manifestem claramente, e sem culpa, o que gostariam de dividir com seus parceiros na intimidade, até mesmo sem compromisso afetivo. É o caso das que sonham com uma aventura de uma noite só para transar adoidado, longe de qualquer obrigação sentimental. De preferência com um homem desconhecido para desfrutar o sexo sem nenhuma preocupação no dia seguinte, mas que o cara acorda caidinho por ela.
- Tudo como em um parque de diversões. Querem apenas sexo em jardins alheios, depois somem?
Pausa. Mathieu interessado:
- E você, Suzana?
- Eu?
- Sim.
- Está doido?!... Ô, cara, não vai pensar que estou insinuando coisas, vai?
- De maneira alguma. Desculpe-me – acautela o rapaz.
Suzana desliza a mão, maquinalmente, em seus cabelos.
- Nada tenho a ver com essas assanhadinhas, viu?
- Viu.
- O que falei é assunto que rola em salão de beleza entre as mais ‘saidinhas’. Não pense que faço parte dessa loucura, nem pensar.
- Não penso, claro. Mas, aposto que também esconde coisas em algum cantinho escuro da sua mente.
          - Acha?
- Acho.
Ela desvia o olhar, brincando:
 – Ahhh!!!... Não vai saber nunca.
- Adoraria.
- Curioso?
- Muito.
- Quer detalhes?
- Bem...
- Desculpa, mas não vou dar.
- Nunca.
- Pode tirar seu cavalinho da chuva. É uma questão muito íntima
Mathieu apruma a cabeça e olha a amiga, fixamente, durante alguns segundos. Depois, pergunta em tom de ironia na voz:
- Quer que eu adivinhe?
- Help! Vai dar uma de vidente agora, vai?
- Duvida?
- Não, claro que não. Aposto que guarda nos bolsos uma bolinha de cristal ou uma maquininha que lê pensamentos?
- Coisas desse tipo.
Suzana admirada:
- Assim vai ser mole, poeta.
- Sem brincadeira...
- Por que pergunta isso agora?
- Curiosidade, apenas.
- Então quer mesmo que eu segregue meus sonhos de alcova?
O rapaz responde o outro com sorriso travesso:
- Pedi o impossível?
- Não falei nada.
- Mas ajuizou.
- Tolinho!
- Sonhos inconfessáveis de uma mulher provocam curiosidades em qualquer homem, sabia?
- Nunca pensei nisso.
- Pode crer.
- Por que está me olhando assim? Fico sem jeito.
- Nada.
- Conheço esse ‘nada’, Math. Aposto que está querendo me dizer alguma coisa.
- Nada, Suzana. Nada.
- Ah, para com isso aí! – bronqueia a mulher com tapinhas frenitosos na mão do amigo, insinuando que ele estava indo longe demais.
- Sabia que o sonho tem a ver com nossos desejos inconscientes?
Ela não responde. Mathieu insiste:
- Funciona como válvula de escape que liga o inconsciente com o objeto real.
- Sou muito tímida para certas coisas. Pode me chamar do que quiser, mas morro de vergonha e, com certeza, não estou pronta para lhe contar minhas fantasias eróticas. Melhor mudar um pouquinho a direção desse assunto.
- Deixa de ser boba. Pode falar.
- Você é, demasiadamente, curioso.
- Nota-se?
- Sim. Pelo jeito de olhar.
- Como é esse jeito?
- Perscrutador. Aperta as pálpebras e faz perguntas embaraçosas.
- Caramba!
Depois de uma pequena pausa, Suzana fixa o rapaz nos olhos, sem esconder um risinho meio atrapalhado. Com a insistência do amigo, deixa claro seu desconforto.
- Já disse, sou muito tímida.
- Inexprimível?
- Está querendo o quê?
- Hummm!
Ela emudece. Mathieu continua:
- Então me outorga o lavro da dúvida?
- Senhor advogado, quem sabe? Não avalio que exista dieta mais adequada à índole possessiva dos homens do que o benefício da dúvida. Ou tem?
- Cacete!
- Até porque nos ensina uma frase árabe de que o segredo é como uma pomba: quando deixa a sua mão, cria asas e se perde no espaço.
- Putz!
- Pelo que se sabe, não é do código masculino a demonstração de segredo quanto às suas conquistas. O homem sempre faz elogios delas a seus amigos. Sua maior fraqueza.
- Não me enquadro nessa.
- Mário Quintana abona o pensamento oriental. O poeta ajuíza que os homens não são bons confidentes e alerta: não te abras com teu amigo, que ele outro amigo tem. E o amigo do teu amigo possui também.
- Arre! Nem se, de joelhos, jurar por Allah que fica só entre nós?
- Não me faça rir.
- Bolas!
Suzana levanta os olhos e dá um ‘esparrama’, desarmando inteiramente o outro.
- Coisa feia, cara!
- Hein?
- Não seja teimoso, porque não falo nem amarrada.
- Tudo bem.
- Pelo jeito, com suas amiguinhas, deve ser confidente de segredos que elas só contariam ao seu analista ou a um padre, não é?
Risos. Mathieu:
- Se não confia...
A mulher não confirma nem desmente, parecia meio confusa. O rapaz sente a barra e logo muda de postura:
- Tudo bem. Tudo bem. Foi uma brincadeira sem graça, desculpe minha indiscrição. Pisei na bola em flagrante ‘delitro’, como dizia Fernando Pessoa. Liga não, já é a cerveja dando o tom da conversa.
- Dios mio! Pelo jeito gosta mesmo de ter acesso ao reservado universo feminino, mesmo sabendo que o que acontece numa cama, entre quatro paredes, não é da conta de ninguém.
- Ã-Hã!
- Não fica fazendo muita pergunta assim que fico sem jeito, me constrange, já disse. Dá para entender?
- Dá, sim.
- Então...
No íntimo o rapaz se preocupa, desculpando-se novamente.
- Perdi a linha, perdoa-me. Viajava.
- Melhor deixar os detalhes e as perguntas de minha vida sexual para o meu psicanalista - esquiva-se a amiga.
- Sim. Sim. Sim. Agora bebe. Deixe de lado essa carinha de enigmática e não se fala mais nisso - assegura Mathieu, refreando um pouco seu entusiasmo.
Suzana ergue as faces, risonha:
- Assim é que deve ser. Mas posso adiantar que meu corpo e minha alma são recheados de mistérios que nem eu mesma sou capaz de decifrar.
Mathieu estira-se mais na poltrona e pôs-se a rir, enquanto acendia outro cigarro, sob o olhar divertido da amiga. E comenta com doçura:
- Toda mulher inteligente guarda seus mistééérios no coração, tem mais do que mostra, fala menos do que sabe. Com você não seria diferente, ‘né?
Sorrindo e arrastando, como ele, as sílabas das palavras, ela reforça a expressão:
- Claaaro.





* FBN© - 2012 – Sonhos de um Sedutor...,  NUMA NOITE EM 68 - Categoria: Romance de Geração - Autor: Welington Almeida Pinto. Iustr.:  Chanina – ‘Amores’ - Link:
http://numanoiteem68.blogspot.com.br/2011/01/17xvii-antropofagia-de-don-juan.html?zx=a1f5dddd27b79e31





- 16 -