2011-01-03

04/IV. REVELAÇÕES AMARGAS

 
 
 
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Suzana com um sorriso meio apagado no rosto, assegura:

- Aposto que o Zé partiu sem uma gota de pesar.

- Por quê?

- Sei que é assim.

- Engano seu. Encharcou os olhos ao mandar lembranças para o Júnior.

- O menino é a paixão dele.

– Você também – atalha corrido Mathieu.

- Nem vem!

- Sei que é.

- Cascata!!! Sem piadinha, vai.

- Por que faria piada?

- É peixinho dele.

- Engana-se. Seu esposo faz aquele tipo: viajo porque preciso, volto porque amo a família.

- Háháhá! De onde você tirou essa?

- Ora, Suzana, para quem sabe ler um pingo é letra.

- Ai, conta outra!

         - Duvida?

- Deixa de lorota.

- Falo sério, pode confiar.

- Conta outra, vai.

- Você é o grande amor da vida do Zé. O cara é louco por você.

Suzana, com a mão na testa, aperta os olhos.

- Ai, que mentira mais cabeluda! Há muito, nessa relação, que me sinto um peixe fora d’água.

- Falo sério.

- Háháhá... Não sei se choro ou se dou risadas!

- Chora.

Mathieu encolhe o sorriso:

- Falei bobagem?

- Imagina! De jeito nenhum.

- Pensei que fosse vibrar com essa declaração de afeto do seu marido.

A mulher emite um risinho quente e curto, como de cócegas.

- Por acaso, você sabe o que me faz vibrar?

- Não. Posso saber?

- Ainda pergunta?

- Evidente, querida, pois não sei o que é.

- Ah, esquece. Quem sabe de mim sou eu.

- Está bem. Se não quer falar, não fala. Mas que tem alguma coisa no ar tem. Sinto.

Suzana pousa no amigo um olhar magoado, assegurando:

- Outra hora a gente conversa.

- Querida, seus olhos denunciam que algo não vai bem.

- Ando um pouco frágil, só isso. Tudo é tão frágil mesmo, não é?

- Problemas de família?

Ela sobressalta-se:

- Deixa para lá.

- Balançada com o quê, menina?

         - Ô, cara!

- Suzana, eu sou teimoso. Burro não.

- Ah! Ando aborrecida sim, com raiva. Estou péssima!

- Poxa, achava que sua vida era toda cor de rosa! Não é?

- Não, não é.

- Problemas com o Júnior?

- Não. Nem pensar.

- Então qual a bronca?

- Arre! Enfrento meu inferno particular.

- Hein?

- Você sabe melhor do que eu – diz ela com um olhar inquieto.

- Eu?

- Não se faça de engraçadinho.

Risos. Mathieu socratesniando:

- Só sei que nada sei.

- Você não sabe? Você não faz a menor ideia?

- Não. Não faço.

- O Zé não lhe contou nada?

- Nada.

- Ah! Duvido.

- Criatura, então me fala o que tanto te aflige.

- Ah, Math!

- Tem nome o problema?

- Nome, CPF, passaporte. Tudo.

- Desavenças no casamento?

- Que acha?

Depois de uma pequena pausa, o rapaz percebe que Suzana tinha os olhos vermelhos para chorar a qualquer instante.

- Olhe aqui, menina, quanto mais se esconde uma dificuldade maior ela fica. Sabe disso, não sabe?

- Sei.

- Talvez possa ajudar. Mas, primeiro, eu preciso entender o que está rolando.

Suzana pensa por um minuto.

- Ah, não sei. Não sei.

- Esconde o quê?

- Ah!

- Vamos, diga logo, desabafa.

- Besteira!

- Fala que eu te escuto. De repente, alivia.

A mulher esboça um gesto de indiferença, mas inquire em tom de brincadeira:

- Por que você pergunta?

- Ora...

- De onde você tirou que eu tenho que lhe prestar contas?

- Tudo bem, realmente, você não precisa me dar satisfação de nada. Desculpe-me.

 - Ora, Math, eu não vejo motivo para falar de coisas assim com você.

- Talvez tenha razão.

- Ai, chega!

- Mas penso que não é por aí. Somos amigos, não?

- Não vou dizer mais nada, viu?

- Bem...

- Fique tranquilo que eu mesma cuido de meus problemas - afirma ela com o olhar fixo no rosto cismado do amigo.

Mathieu insiste:

- Ah! Vejo que essa carinha aí está dizendo outra coisa.

- O quê?

- Brigou com o Zé, ‘né?

Ela fixa seus olhos em Mathieu, mas não parecia vê-lo, dando a impressão de estar perdida em sua amargura.

- Problemas, problemas. E mais problemas... – murmura.

- Brigou?

- Porqueira! Para variar, sim - deixa escapar a mulher.

- Isso que atormenta tanto?

 Ela prolonga o ‘é’ balançando a cabeça:

- Ééééé....

E adverte a si mesma:

- Ai... Ai... Pronto, falei de besta que sou!

- As coisas não vão bem em casa?

- Não está fácil não. Vivo com ele ainda, mas tomada por aquela ânsia de enlouquecer.

- Putz! Que foi, pode me contar?

Com a respiração anarquizada, Suzana abaixa a cabeça, dizendo:

- Coisa de homem que entende que todo mundo deve ler na sua cartilha. Coisa de velho asqueroso e perverso, chato de galocha.

- Hã?

- Estou mesmo passando o maior sufoco.

- Sufoco?

- Seu amigo é muito controlador, sabia?

- Como assim?

- Ele não delega, impõe. Enfrento a maior ‘barra’ dentro de casa.

- Aconteceu alguma coisa?

- Entre nós, acontece de tudo e um pouco mais.

- Seja mais clara, pode ser?

Suzana olha o amigo por um minuto, sacode a testa e revela:

- José Renato me impede de tudo. De sair, viajar sozinha com o menino, fazer cursos, mesmo os necessários para me manter atualizada, profissionalmente. Chave de cadeia! Tudo como se carregasse bolas de ferro prendidas nos pés. Arre!

- Puxa!

- Nunca falei um ‘ai’ contra o Zé, mas...

- Mas?

- Ultimamente, ele vive aprontando comigo. Pisa sem dó nem piedade.

- Sério?

- Terrível. Um saco!

- Que coisa!

- É isso.

- Nunca imaginei.

- Quer mesmo saber o que se passa na minha casa?

- Uai... – expressa o rapaz, apurando os ouvidos.

Suzana em tom irritado:

- Não tolero mais o seu amigo. É o demônio.

- Putz!

- Meu casamento, Math, foi um engodo. Degringolou de vez.

- Engodo?!

- Por que o espanto?

- Criatura, discussões são inevitáveis. Todo casamento apresenta altos e baixos..., tem lá suas briguinhas, batalha de egos. Logo passa e tudo volta como antes, vai por mim. Nada como o tempo para aparar arestas sentimentais - afiança o rapaz numa voz serena.

- Como também serve para tornar um relacionamento cada vez mais insuportável, não é?

- Ah, sim.

Suzana enrijece as faces, baixa os olhos:

            - Resolvi terminar tudo. Vou me separar do José Renato.

- Pegadinha, ‘né?

- É o momento de fazer o que já devia ter feito há muito tempo, não posso deixar o tempo correr mais assim, chega. Passa da hora de tirar meu time de campo e mandar tudo às favas, estou muito infeliz. Acendeu a luz vermelha.

- Caramba!

- A verdade é que, depois que me casei, raras foram as felicidades. Você acha pouco?

- Bem! Bem!

- Nada encaixa mais entre a gente. Nada. Estou sem chão nenhum e minha casa fede que nem o inferno. Chega de aturar tanto desaforo. Chega.

- Mulher, escuta, olhe que o Zé...

- Paciência tem limites, rapaz. A minha já esgotou. Não quero saber dele. Cansei, a ficha caiu.

- Difícil de acreditar - pronuncia Mathieu, deixando transparecer seu espanto.

- Ou acha que devo passar o resto da vida remoendo o que não se pode consertar?

- Então não há outro jeito, quer mesmo se separar do seu marido?

Suzana recompõe-se, extremamente, indignada. Responde secamente:

- Dessa vez é diferente, Math. Preciso virar a página desse capítulo na minha vida e deixar de ser um papel em branco, que ele monta como quer. Um relacionamento, Math, exige admiração um do outro. Quando para de admirar, aí não dá mais.

- Poxa!

- Chegou a hora de dar um basta nessa maluquice de querer provar o meu valor. Dentro de casa, há muito passamos um pelo outro e, quando muito nos cumprimentamos com um lacônico balançar de cabeça.

- É.

Com a expressão franzida, a mulher revela:

- Vivo o próprio pesadelo de Kafka, abotoada por dentro e por fora, num beco sem saída, atolada de problemas. Não dá mais para segurar essa barra, tudo tem limites.

- Tenta manter a calma. Isso vai passar, pode crer.

- Passa não, dura além da conta.

- Então me fala o que está acontecendo de tão grave?

- Eu não sei explicar. Mas sei dizer que nossa união há muito anda por um fio, cambaleando em corda bamba. Agoniza na UTI.

O rapaz balança a cabeça, apaga a ponta do cigarro no cinzeiro sobre a mesinha de centro e, num gesto de otimismo, pondera:

- Mesmo assim, ainda torço para que sejam desentendimentos domésticos temporários.

- Não se faça de ingênuo. Dessa vez é sério, quadro irreversível.

- Sem volta?

- Missão cumprida, Math. Não tenho um átimo de dúvidas sobre o meu futuro de uma mulher separada. Só peixe morto vai a favor da correnteza, conta a sabedoria popular.

- É, pode ser.

- Na verdade, gostaria de estar apaixonada e feliz. Mas, seu amigo não entendeu isso e logo me tirou do seu caminho, interrompendo o aconchego de nossa união. Portanto...

- Portanto?

- Agora vou cuidar de mim. Está dicidido.

- Vish!

- De uns anos para cá me torra a paciência o tempo todo, implica com tudo. Não dá trégua. Fala o que lhe vem na cabeça dele, pondo em xeque até a minha reputação. Constantemente de cara amarrada, reclama de tudo.

- De quê?

Suzana olha para o amigo, tão abstraída, que mal ouviu o que lhe perguntou. Ele repete:

- Reclama de quê?

- Ah, Math... De mim, da casa. Um copo fora do lugar é motivo de briga, zombarias. Tolerância zero. Para ele, agora, não passo de uma tolinha que não enxerga além da ponta de meu nariz. Ai, meu Deus, que raiva!

Mathieu, depois de beber um pouco de cerveja:

- Assim não dá mesmo, agressão psicológica estraga tudo. Ninguém resiste a gritos, cobranças, acusações, gestos, olhares, silêncios, gritos, piadas... Ninguém.

- Você não imaginava ser José Renato assim tão incoerente, não é mesmo?

- De fato. Isso é uma estupidez, falta de juízo. Incompatível com a sua personalidade – estranha o rapaz.

- Ah, Math, não vejo a hora desse troglodita partir para agressão física.

Apreensivo, o rapaz muda de posição na poltrona. Com os cotovelos sobre os joelhos e as mãos à cabeça, alerta:

- Uma coisa leva à outra, sim. O descontrole põe em risco a integridade corporal de quem está próximo ou da própria pessoa. Não importa se pela desrazão ou pelo desatino.

Suzana ergue a cabeça, rechaçando:

- Se esse brucutu raciocina que, praticando a lei da selva, vai me levar ao conformismo aos socos, pontapés e um chicote nas mãos, está redondamente enganado.

- Está certa.

Ela se perturba:

- Sujeitar-se a isso? Nunca. Reajo com todas as minhas forças para me defender. Ai, sim, pode ter sangue e olho roxo na parada, pode crer.

- Vira essa boca para lá, criatura. Você bate ele reage..., violência gera violência!

- Desculpe-me, falei bobagens.

Pausa. Mathieu retira do bolso um cigarro e acende.

- José Renato ofende você na presença do Junior?

- Evito perder o controle na frente do meu filho. Percebo que o garoto se entristece com o clima de caras amarradas, de bate-bocas esbravejando barbaridades, de murros dados na mesa. É traumatizante.

- Quantas vezes isso aconteceu?

- Ah, nem sei..., várias.

- Que papelão!

- Na maioria das vezes engulo calada, porque aprendi desde cedo que quando um ignorante fala para manifestar sua ignorância, é melhor calar.

- É.

- Meu pai sempre falava que a força de um chefe de família vem da admiração que ele desperta e não do medo que inspira.

- Logicamente.

Depois de um pequeno silêncio, ela:

- Bom, Math, acho que já deu para sentir meu drama, não deu?

O rapaz já não sabia mais o que dizer. Num movimento rápido toca de leve a mão de Suzana. Em tom melancólico:

- Querida, diante da situação em que vocês chegaram, cada vez mais longe de uma convivência pacífica, não existe o que fazer para reconstruir a relação. Isso muda o jogo, separar é mesmo inevitável.

- Claro. Não vale a pena perder mais tempo com esse cara – afirma Suzana. - O meu corpo está cansado. E meu coração também.

- Nem toda união merece ser salva. Pois então é melhor sair dessa.

Ela suspira.

- Não penso em outra coisa.

- As pessoas entram em nossas vidas por acaso. Mas, não é por acaso que elas permanecem.

- Ã-Hã.

- Preparada para uma vida nova?

- Claro.

- Bem, enquanto isso contenha seu ímpeto. Melhor até para sua saúde.

- Ah, nem!

- O amor é isso. Não prende, não aperta, não sufoca. Porque, quando vira nó, já deixou de ser laço, receita sabiamente Mário Quintana.

- Tudo é muito doído, sufoca.

Mathieu sacode a cabeça, concordando. E prossegue:

- Entre muitas hipóteses, existem explicações para os casais que perdem o interesse pela estabilidade do relacionamento. A chegada de um filho pode ter sentido oposto e provocar o esvaecimento do desejo sexual. Ocorre, sim. Pode ser nitroglicerina pura, trazendo frustrações, principalmente, para a mãe.

- Não é o meu caso - assegura Suzana.

- Homem também sofre desse tipo de perturbação.

- Frescuragem!

- Não é por aí.

Pausa. Suzana:

- Ah, Math, estou certa de que seu amigo só me tolera por conveniência.

- Coisa de sua imaginação.

- Não é não.

- Não?

- Mathieu, nunca fui picada por cobra ou escorpião mas, na pele, durante esses anos todos senti o veneno maligno da maldade humana, exalado pelo seu amigo.

Pausa. Mathieu:

- Muito bem, decidiu a separação por si própria?

A mulher movimenta-se para frente e para trás no sofá, descruza as pernas, pega o copo de cerveja e toma um gole da bebida. Alertando, diz:  

- Ele sabe direitinho o que se passa na minha cabeça. Mas, pode ficar sossegado que, assim que chegar de viagem, eu coloco tudo em pratos limpos. Ou vai ou racha?

- É tudo que precisa fazer.

- Sonho com os planos mais estapafúrdios para dar um jeito nisso tudo, mas agora é o momento certo. Tenho que enfrentar a realidade e desenrolar essa questão o mais rápido possível, porque pior do que está não vejo jeito de ficar. Torça por mim, Math, porque sei que a conversa vai ser muito difícil.

- Claro.

- Mas, se não surtir efeito, ou se a ficha desse sociopata demorar a cair, ele vai se ferrar. O que é dele já está guardado, traidor a gente não perdoa. Como não tenho sangue de barata, ele vai ter o que merece, vai ter que engolir tudo – reforça a mulher em tom de ameaça. E completa:

- Pego o Juninho, junto meus pertences, apago a luz da casa, aperto o botão do ‘foda-se’ e desapareço sem deixar rastro. De mala e cuia. Aguarde-me.

- Hein?

- Caio fora, indiferente às imprecações. Atitude inusitada, eu sei. Pode não ser boa opção, mas é a única. Meu sossego vale mais do que tudo.

- Pensou no prejuízo moral?

- Nem quero pensar, mulher machucada é capaz de tudo, querido. Posso fazer qualquer coisa, nada vai me impedir. Qualquer desafio a gente encara, pode crer.

- Para onde vai com o garoto?

- Voo com destino certo.

- Como assim?

- Ora, Math , eu tenho a morada de meus pais. Lá, pelo menos, existe espaço para ser eu mesma com foco nos meus próprios desejos. E bem longe da casa, onde passei por tanta infelicidade, verdadeira câmara particular de tortura.

- Volta ao lar paterno?

- A vida é uma montanha russa de altos e baixos, não é mesmo? Mas lá, com certeza, serei muito mais feliz sem ele por perto.

- Sabe o que isso significa?

- Abandono de lar.

- Poderá perder pontos, ipso facto, quando for discutir a questão em Juízo.

- Ora, Math, não se faz omelete sem quebrar os ovos.

- Existem leis para regularizar a separação de um casal. Precisa sair de casa respaldada por uma autorização judicial de separação de corpos, para que a coisa não se caracterize transgressão penal.

- Argh!

Pausa. Mathieu com ares de preocupação:

- Por que diabo não me disse antes?

- Talvez por achar que não fosse de seu interesse.

- Olha para mim, menina, eu jurava..., eu tinha certeza que você nessa relação afetiva com o Zé era a mulher mais feliz e realizada do mundo. Enxergava em vocês aquele tipo de casal ‘descolado’ e apaixonado que todo mundo quer ter por perto.

- Ledo engano. Não existimos como um casal normal há um bom tempo. Hoje é tudo como se a gente sentisse náusea um do outro – reclama a mulher com desânimo.

- Sartreniana?

- Pior que é.

- Querida, casamento é como um tecido bem elaborado, basta um fio que se puxe para acabar toda a tessitura – filosofa o rapaz.

- Talvez.

Mathieu, depois de um suspiro demorado:

- Segundo a autora francesa Anais Nin, os casais não morrem nunca de morte natural, mas por falta de cuidados, de atenções e de esforços. Portanto, o amor só é infinito enquanto dura o amor.

- Concordo, totalmente. Li dela o livro Casa do Incesto.

- Lançado em 1949.  A escritora ficou conhecida pela publicação de diários pessoais, impregnados de conteúdo erótico. Nesse livro, influenciada pela obra de James Joyce, uma de suas principais referências literárias, exaltado em sua exuberância, fantasia e obscenidade.

- Interessante.

O rapaz fica de pé e se aproxima da mulher. Pousa-lhe a mão na fronte e observa seus olhos úmidos, pronunciando:

- Admiro muito sua determinação, viu?

Ela sacode a cabeça e segura firme a mão do amigo entre as suas. Leva-a aos lábios e a beija, comovida.

- Ai, Math, valeu.



FBN© - 2012 – Confissões Amargas... NUMA NOITE EM 68 - Categoria: Romance de Geração - Autor: Welington Almeida Pinto. Ilustr.: foto da Internet – Link.: http://numanoiteem68.blogspot.com.br/2011/01/5v-confissoes-amargas.html?zx=22d15dd5a4d64f92

 

 

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