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Modigliane
Mulher Pensativa, óleo sobre tela.
Melancholia I , por Albrecht Dürer (1471-1528)
Divã - Lilia Cabral -
Da Internet.
Mathieu em voz mansa:
- Suzana, já leu O Idiota, de Dostoievski?
- Há tempos.
- Bom.
- Qual a relação com o nosso papo, pode me dizer?
- O néscio do príncipe Michki consiste na absurda crença do ser
humano na encarnação da bondade, da sinceridade, da inocência..., apesar das
experiências negativas na própria vida. Tudo como se, para ele, a idiotice
fosse vital para a felicidade.
- Meu caso?
- E de tantas pessoas para provar que a idiotice se fez carne e
habita entre nós. Impressiona-me o grau de entrega das mulheres nos
relacionamentos conjugais.
- Ora, Math, era muito nova. Vivia envolvida por um mundo de
fantasias, verdadeira Polyana, onde nada direito passa pela sua cachola.
- É?
- Idiotice mesmo.
Risos. Mathieu:
- Sabe o que mais me encabula?
- Diga.
- José Renato ter sido dono do coração de uma jovem tão especial
como você e nada faz para evitar a perda.
Suzana cobre o rosto com delicadeza, usando ambas as mãos com a
palma para dentro, dizendo:
- Ora, Math, ele deve ter suas razões, claro.
- Não, não tem. Que mais um homem poderia desejar?
- Quem é que sabe?
- Para mim era o casal mais feliz e harmonioso do mundo.
- Até parece, não é mesmo?
- Jurava.
- Háháhá! Agora somos um par de insetos – ridiculariza Suzana.
- Simples assim?
- É.
Pausa. Mathieu:
- Decidida mesmo pela separação?
- Claro. Estou no limite, a ponto de explodir com tanta coisa
martelando na minha cabeça. Coisas que ficam guardadas na gente e vira
paranoia, perturbando. O álter ego baixa.
- Imagino.
Ela levanta a cabeça e queixa:
- Como é que alguém pode estar bem com um traste desse no seu
pé?
- Menos, Suzana.
- Buscava sonhos e dei de cara com um pesadelo.
- Sim.
- Sim.
- Com isso vem insônia. Você não dorme direito e a mente não
para de pensar. É triste.
- Muito.
- Não é pitiatismo não. Percebo que estou sendo conduzida a uma
tremenda desintegração física e psíquica, faltando vontade para qualquer coisa.
Fico insossa de tudo! A sensação é a de que tenho uma mola quebrada dentro de
mim; posso mover os olhos, mas a cabeça não. Sinto que ela fica mole, elástica,
apenas sustentada pelo meu pescoço. Ai, é terrível!
- Estranho!
- Às vezes, até parece que os pensamentos começam a nascer atrás
de minhas orelhas, do umbigo, de todo lugar do corpo, acredita?
- Surrealismo?!...
- Falo sério, vez ou outra me pego nesse estado deplorável. Só
melhora depois de chorar pelos cantos da casa.
- Chorando?
- Ã-Hã. Preciso chorar, Math. Só assim o tormento passa e fico
um pouco mais fortalecida. Difícil, cara!
- Isso é
cruel.
- Não é para menos. Vivo em suspense, digno de um roteiro para
Hitchcock ou inspiração para um quadro de Salvador Dali. De uns tempos para cá,
cada vez mais frequentes, pesadelos invadem meu sono, tendo José Renato como
personagem principal – conta ela desapontada. - Acredita?
- Pode ser uma depressão ocasional, não?
- Ou troço mais sério.
- O quadro dá sinais de um distúrbio, sim.
- Penso até
procurar ajuda de um profissional e tratar desse desconforto.
- Óbvio.
- Se não me cuidar, piro de vez. Estou mesmo perdendo o chão
– justifica a mulher com ar de aflição.
Pausa. Mathieu depois de um gole de cerveja:
- O que os médicos alertam é que perturbações emocionais, em
crise aguda, costumam provocar palpitações e sensação iminente de morte. Sabe
disso?
- Me preocupa, sim.
- Podem desenvolver uma série de doenças psiquiátricas como
transtorno bipolar, transtorno de ansiedade. E outras mais complexas.
- Nossa!
- A depressão é o mal do século. Precisa ficar atenta, viu?
- Temo por tudo, evidente. Caso contrário, dentro de alguns
meses, dentro de alguns anos, posso despertar em meio a novas ruínas, não é
mesmo?
- Ã-Hã.
- Pois então, antes que seja tarde demais, vou procurar ajuda de
um profissional o quanto antes.
Mathieu olha a amiga de desdém, mas sorrindo:
- Suzana no divã!
- Alguma coisa contra?
- Pelo contrário. Terapia séria ajuda a lidar com a
negatividade, e favorece ao paciente os meios para enfrentar a batalha diária
dentro da própria mente. Ajuda a tirar os fantasmas da cabeça.
- Pois é.
- Hoje em dia, pedir conselhos, conversar virou mercado – afirma
o amigo em tom de brincadeira. - Numa sociedade, cada vez mais individualista como
a nossa, acaba sobrando ao Analista o papel do amigo leal, aquele que leva o
indivíduo a conhecer a si mesmo, a viajar pelas artérias da existência.
- Talvez.
- Antes era coisa para pastor religioso, não é mesmo? Quando a
gente tinha problemas, procurava um padre para falar. Agora falamos com os
terapeutas. Está virando moda.
- Sim. E daí?
- Muito bem. Muito bem. Olha aqui, antes de começar o tratamento
fazer uma avaliação minuciosa do caso é fundamental, viu?
- Eu sei.
- Entre outras
coisas, o profissional deve saber se o paciente necessita mesmo de análise.
Sobretudo, se ele quer mexer com questões mais profundas, para apagar memórias
relacionadas a traumas do sistema nervoso.
De mãos encaixadas entre as pernas, como se sentisse frio,
Suzana diz em tom ansioso:
- Preciso, necessito de ajuda, Math. Ainda que seja a de um
curandeiro de quebrantos, ou a de uma cartomante para tratar do meu perrengue.
Desse desalento, sei lá... Coisas que ficam guardadas na gente e incomodam p’ra
caramba!
- Cartomante?
- Sim.
- Suzana!
- Qual o motivo do riso?
- Achei cômico você pensar numa cartomante nessa hora!
- Por que não?
- Acredito que até existem pessoas que fazem abordagens
alternativas valiosas, mas... Quiromancia?! Crê nessa papagaiada, menina?
- Oh, Math, falei só por falar.
- Premonição, vidência! Querida, estou mais para acreditar em
horóscopo do que em adivinhação, em ler pensamentos. Através das cartas ou das
linhas da mão, ninguém tem a menor ideia do que vai acontecer no futuro de uma
pessoa. Nada mais fajuto! – afirma o rapaz.
- Às vezes, a onda de desgosto é tão profunda que a gente topa
qualquer coisa que nos ajude a colocar a mente em ordem de novo. Ando bastante
neurada, portanto falei em cartomante de brincadeira, viu?
- Ã-Hã.
No olhar de Suzana crescia uma amargura insuportável.
- Preciso de alguém que me ajude a esvaziar a mente, a expulsar
todas as ideias estranhas que me atormentam a vida, se não a dor não vai embora
nunca.
- Evidente.
- Ô, Math, não aguento mais o enxame de monstrinhos, abrindo mil
cavidades dentro de minha cabeça. Martiriza. Desequilibra tudo.
O rapaz coça a testa.
- Imagino o seu sofrimento, menina. Shakespeare dizia que toda
gente é capaz de dominar uma dor, exceto quem a sente.
- Verdade.
- Dor, querida, é o sintoma de que alguma coisa vai mal com
você.
- Então, o que me diz?
Pausa. Mathieu:
- Pois bem... Pois bem... Quem está nesse estado, demanda pressa
de estancar a fonte do sofrimento, com saúde não se brinca.
- Claro. Claro.
- Nosso cérebro, Suzana, é uma região cheia de incertezas, nada
muito diferente de uma caixa de surpresas. Temos que saber lidar com isso.
- Quer dizer o quê?
- Bem, de qualquer forma, deve procurar um lugar mais apropriado
para falar desses pontos conflituosos. O divã pode ser o espaço ideal, sim.
- Sem dúvida.
Mathieu, depois de uma longa tragada no cigarro, alude:
- Hamlet fala a Horácio
que há mais mistérios entre o céu e a terra do que sonha nossa vã filosofia...
Inicia assim Machado de Assis seu conto A Cartomante.
- Não entendi.
- Insinua Machado que a loucura e a depressão estão ambas à
espreita dentro do inconsciente das pessoas. Ninguém é cem por cento normal.
Por isso mesmo que Freud, depois vasculhar o universo da mente, chamou a
psicanálise de teatro privado de cada um.
- Continuo sem saber aonde você quer chegar. Ai, que aflição,
seja mais claro!
- Bem, bem... Quanto à terapia, como disse, pode ser uma boa
ideia. Mas, é melhor tomar cuidado na hora de escolher o profissional.
Pausa. Suzana meio encabulada:
- Que que é?! Pela sua cara...
- Tenho uma amiga com uma experiência desastrosa. Caiu nas mãos
de um palpiteiro, que se dizia terapeuta freudiano, mas era mesmo especialista
em manter pacientes durante anos a fio no divã. A tática estava em cobrar a
fatura mensalmente, o que transformava as consultas em coisa obrigatória.
- Sei como é.
- Desastre total. Em vez de se libertar, a paciente ficou cada
vez mais presa ao divã.
- Imagino.
- A pobre permaneceu nas garras desse maluco até o dia em que o
sexto sentido acordou. Aí, se deu alta, evitando consequências mais graves.
- Escuta aqui, ô seu, seu...
- Enxerido...
- A última coisa que eu quero é me tornar refém de um divã. Só o
bastante para aprender a escutar e conviver com a minha voz interna.
- Bom que pensa assim. O que a gente vê por aí é que, na praça,
existem profissionais despreparados e sem ética, principalmente, os que adotam
a psicofarmacologia como o mais curto tratamento para resolver os dramas da
alma.
- Estou fora.
- Querida, nunca ouviu falar de analistas que dormem durante as
sessões ou que tentam interferir, diretamente, na vida pessoal dos pacientes?
- Sim.
- Em vez de ajudar, o padecente sai pior do que entrou. Desde
que trabalhar as experiências no divã virou moda, a psicanálise costuma deixar
à mostra algum telhado de vidro. Certo dia li a entrevista de um terapeuta que
adotava a linha do envolvimento amoroso com seus clientes.
- Curuis!
- Isso mesmo. Em cima desse conceito, ele seduzia as dondocas,
atormentadas pelas suas fragilidades. Assim também agia com os homens no
consultório, torturados por um mar de dúvidas. Imagina como pode ser isso?
- Baixaria! Nem quero saber.
- São profissionais corroídos. No mínimo, arranhados por outros
diabinhos internos. Características que, em diferentes graus, entram na conta
corrente de um analista também. Todo cuidado é pouco.
- Que coisa, hein?
- De louco.
- Oh, Math, jamais pensei que um clínico fosse atormentado por
flagelações psicológicas. Nunca.
- Acontece.
- Poxa!
- Diante
desse quadro, muitos passam a usar a literatura para debater comportamentos
isolados de lógica nos seus cérebros. Escrevem sobre seus impulsos na tentativa
de criar autonomia intelectual de contê-los, entende?
- O que, por exemplo?
- Sei lá, mil coisas.
- Nunca imaginei isso – expressa Suzana boquiaberta.
- Não são poucos. Sabendo que existe algo meio indefinido dentro
de si, acabam usando a arte como válvula de escape, para avaliar intensos
diálogos interior. Tudo como se seu ‘eu’ estivesse no divã. É uma boa maneira
de extravasar, querida, porque sapo não
pula por boniteza, pula por precisão, como disse Guimarães Rosa.
- Caramba!
- Isso é bom. Dessa maneira acendem várias luzes para a
psiquiatria. Nesse seguimento de autoajuda, encontramos livros de autores que
produzem trabalhos interessantes, com bom nível científico.
Pausa. Mathieu:
- O jovem psicanalista Eduardo Mascarenhas, com sua linguagem
fácil e bem-humorada, que nos diga.
- Não foi ele quem, simbolicamente, convidou Freud a beber
cerveja com os brasileiros?
Risos.
- Uma brincadeira que fez durante seu Programa de TV, que por
sinal registra boa audiência.
- Sem dúvida.
Mathieu descruza as pernas, pega o copo de cerveja e toma um
gole da bebida, com os olhos fixos nos olhos da amiga.
- Conhece o caso de Sabina Spielreien que, em 1905, foi para
Zurique tratar de um distúrbio sexual com Jung?
- Não. Posso saber?
- É a terapêutica mais afamado do mundo de histeria psicótica.
Jung resolveu tratar o distúrbio sexual da paciente com sessões sexuais ao vivo
e a cores. Pior: ele apaixonou-se por ela, mesmo sendo casado e perto de nascer
seu primeiro filho.
- Sério?
- Sabina, por sua vez, sem resistir ao charme do profissional se
tornou sua amante por um longo tempo. Ele tinha 30 anos, ela 20. Freud, ao
tomar conhecimento do caso, recriminou com veemência a atitude antiética de seu
colega. Mesmo assim, Jung não desistiu de tratar a histeria da sua bela e amada
paciente. Primeiro pela psicanálise. Depois pelo sexo, prazerosamente, irrigado
por momentos sadomasoquistas.
- Meu Deus!
- A jovem russa só cortou a relação com Jung, após amargar uma
boa fase de crises com o psicanalista, que se revelava possessivo a ponto de
não poupá-la nem de frases antissemitas. A partir daí, já formada em medicina,
Sabina mudou-se para Viena atrás de consolo em Freud, com quem manteve uma
ligação cientifica intensa.
- Científica?
- O que aconteceu de fato só eles sabem. O certo é que, como
discípula de Freud, ela deixou um legado de cerca de 30 trabalhos científicos.
Entre eles, uma espécie de complemento à teoria do Pai da Psicanálise sobre a
libido. Como também, a russa foi motivo de profundos estudos de Segismundo
Schlomo Freud, exatamente, quando a psicanálise começava a trazer luz e
legitimidade à expressão feminina, no princípio do século 20.
- Caramba!
- De resto só Freud, ou ela, poderia ter explicado – caçoa
Mathieu.
- Sabina viveu até quando?
- Até ser presa com as duas filhas e dezenas de judeus de
Rostov, em 1942. Todos assassinados pelo comando da Wehrmacht Nazista.
- Meu Deus! Meu Deus!
- Bem provável que, na relação com Sabina, Freud veio com aquela
teoria de que todo ser humano é um abismo
de surpresas e contradições, as mulheres só são abismos mais profundos.
Mais tarde, Jung como que pedindo absolvição por seus atos incongruentes,
disse: conheça todas as teorias, domine
todas as técnicas, mas ao tocar uma alma humana seja apenas outra alma humana –
enfatiza Mathieu.
- Um caso, duas medidas!
- Sabina Spielreien tornou-se grande cientista da Psicanálise.
Tanto é que, em 1911, consagrou-se ao defender a tese: ‘O conteúdo psicológico
de um caso de esquizofrenia - demência precoce’, em que analisa uma de suas
pacientes, anteriormente, tratada por Jung. Como ela, também caída de amores
pelo jovem cientista, outra vez praticando terapia colorida.
- Inacreditável!
- Experiência clínica extraordinária, não?
- Incrível.
- Marco na história da psicanálise. Afinal, não é comum uma
psicanalista livre da psicose, se dispor a ouvir outra, em pleno transtorno
psicótico. É mesmo incrível!
Pausa. Mathieu:
- Muito bem. Muito bem. Numa análise bem feita o paciente
recupera a autoconfiança e volta sentir vontade de viver, revitalizando sua paz
interior. Nada mais importante para superar a depressão, ‘né?
- Maravilha.
- Freud, Darwin e Marx, pertencem àquela pequena casta de
pensadores cujos nomes e ideias se misturam na cultura geral do mundo moderno.
Claro que suas doutrinas não têm respostas para tudo, mas nos ajudam a pensar o
mundo.
- Ah, sim.
- Depressão é um transtorno psiquiátrico que precisa ser tratado
com urgência.
- Ã-Hã.
- Só escolher o analista, marcar, deitar no divã e soltar os
demônios que essa maré de tristeza vai passar. Desajuste requer reajuste. Se
preferir, pode ficar sentada de costa para ele, fazendo a cura pela fala. É o
que há de mais avançado, na praça, para combater as doenças da alma - gordurinhas
psíquicas que muito incomodam a mente.
- Sei.
- Só não posso deixar de lembrar que, nesses tempos em que todos
os sentimentos viram categorias médicas, o amor é a melhor linguagem para
recuperar e expandir a normalidade afetiva. E deixar a emoção sobre controle
saudável, viu?
A mulher desvia os olhos, sem comentar. Lá fora, ao longe, um relógio
batia as horas e as meias-horas. Mathieu quis falar do relógio, mas não achou
modo. Segundos depois, o rapaz chama:
- Suzana
- Oi.
- Está
com uma cara! Que foi?
-
Pensando aqui com meus botões.
Risos.
Mathieu:
- Pensar
é uma coisa perigosa, principalmente, à noite.
- Mais do que nunca, querido, preciso encarar a vida e fazer de
tudo para apagar as impressões digitais que o relacionamento matrimonial com
seu amigo vai me deixar na alma e no corpo.
- Claro,
minha deusa.
Suzana,
com seu olhar numa suplicação doce, agradece:
- Bom
ouvir isso. Tenho muito carinho por você, viu.
- Viu.
- Agora vem
aqui, me dá um abraço forte, dá.
Mathieu levanta-se da poltrona, curva-se um pouco e aperta sua
amiga com satisfação:
- Quantas dores um abraço pode curar, não é mesmo?
- Obrigada pelo abraço. Obrigada pela força.
- Menina, vai sair dessa numa boa. Acredite.
- Ai, Math, tão bonito o jeito que você me fala. O tom de sua
garganta..., a maneira de olhar..., os gestos mansos. Tudo isso me deixa mais
calma e confiante, fortalece. Aquece o coração, sabia?
- Bom saber. Que 69 seja um ano de muita alegria para você,
porque a felicidade traz em si o dom de aumentar as atividades do cérebro. Com
isso, tudo melhora. Felicidade é bem-estar para qualquer um.
- Prometo me cuidar.
Mathieu, com um sorriso largo:
- Pois eu!..., pois eu!... Nada de promessas, metas e objetivos,
vou me deixar seduzir pelo fluxo da vida nesse sessenta e nove.
E cantarola, levantando os braços de contente:
- Alá-lá-ô-ô-ô-ô-ô... Oh, abre alas, que eu quero passar, que as
águas vão rolar...
* FBN© - 2012 – Divãs da Discórdia..., NUMA NOITE EM 68 - Categoria: Romance de Geração - Autor: Welington Almeida Pinto. Iustr.: vídeo YouTube Lilia Cabral – Link: http://numanoiteem68.blogspot.com.br/2011/01/8viii-o-diva.html?zx=58af836018b2084d
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